Poder de Yuji Itadori: Maldição ou Dom da Imortalidade?

Yuji Itadori continua jovem enquanto todos ao seu redor envelhecem. Diferente de Yuta Okkotsu, que ficou velho e já se foi, o protagonista de Jujutsu Kaisen mantém sua aparência juvenil através dos anos, levantando questões intrigantes sobre sua verdadeira natureza. Seria esta condição uma maldição ou um dom? A resposta pode estar mais próxima do que imaginamos.

Durante a luta final do mangá original, descobrimos que Yuji consumiu as demais Pinturas da Morte, alterando fundamentalmente sua fisiologia. Este acontecimento provavelmente afetou seu corpo e reduziu sua taxa de envelhecimento, criando uma anomalia única no universo de Jujutsu Kaisen modulo. Não apenas isso, Yuji é considerado o décimo irmão, já que sua mãe também foi uma das hospedeiras de Kenjaku, adicionando outra camada ao mistério de sua longevidade.

O corpo de Itadori agora existe em um estado entre uma forma de vida e uma relíquia, ou seja, ele é biologicamente resistente ao tempo. Esta característica extraordinária separa Yuji dos demais personagens - apenas Itadori possui um corpo aprimorado com longevidade maior. Enquanto outros feiticeiros sucumbem ao tempo, o hospedeiro de Sukuna permanece inalterado, levantando questões sobre o destino que o aguarda.

O desejo do avô de Itadori talvez nunca seja cumprido, condenando-o potencialmente a uma morte solitária quando seu fim eventualmente chegar. Mas antes de chegarmos a esta conclusão, precisamos entender completamente a origem, as transformações e as consequências deste poder aparentemente imortal que Yuji carrega.

Origem Genética e Conexão com Kenjaku

_{Image Source: Screen Rant}

Entretanto, a trama familiar se torna ainda mais complexa quando descobrimos que Jin Itadori é, na verdade, a reencarnação da alma do irmão gêmeo de Sukuna. Segundo revelações do mangá, Sukuna consumiu/absorveu seu irmão gêmeo ainda no ventre materno para evitar a "fome". Posteriormente, Kenjaku ajudou a reencarnar esta alma em Jin, tornando Sukuna tecnicamente o tio de Yuji.

Além disso, Yuji compartilha parentesco com os Fetos Amaldiçoados: Pinturas da Morte. Choso, um destes seres, considera Yuji seu irmão devido à conexão com Kenjaku. As Pinturas da Morte possuem três "pais": a mãe, os espíritos amaldiçoados que a engravidaram, e Kenjaku (que misturou seu próprio sangue neles).

Por conseguinte, esta complexa linhagem explica parcialmente as habilidades extraordinárias de Yuji, incluindo sua força sobre-humana e sua compatibilidade como recipiente de Sukuna. O próprio Kenjaku criou Yuji especificamente para servir como receptáculo perfeito para o Rei das Maldições.

Transformações Físicas e Poderes Únicos

Desde que o corpo de Yuji Itadori se tornou receptáculo de Sukuna, transformações físicas notáveis ocorreram. Inicialmente, ganhou um segundo par de olhos que só abriam quando Sukuna controlava seu corpo, além de marcas características. Posteriormente, perdeu essas características quando Sukuna transferiu sua alma para Megumi, além de perder seu dedo mindinho e anelar esquerdos em batalhas cruciais.

Mesmo antes de consumir o dedo de Sukuna, Yuji já possuía habilidades físicas extraordinárias. Sua força sobre-humana permite destruir paredes, arremessar bolas de chumbo e até mesmo lançar carros sem usar energia amaldiçoada. Esta proeza física o coloca no mesmo patamar de Kento Nanami, um feiticeiro de classe 1.

Além disso, sua durabilidade supera a de feiticeiros comuns. Durante o confronto com Choso, resistiu ao Sangue Perfurante, um ataque na velocidade do som. Também suportou múltiplos ataques de Mahito em sua forma avançada e continuou lutando.

Após absorver as Pinturas da Morte nº 4-9, Yuji adquiriu a manipulação de sangue, podendo moldá-lo, endurecê-lo e dispará-lo como projéteis. Domina o Black Flash consistentemente, detendo o recorde de 17 execuções consecutivas, superando até mesmo Gojo e Sukuna. Adicionalmente, aprendeu a técnica amaldiçoada reversa para autocura.

Por fim, possui a habilidade única de perceber e atacar a forma das almas, crucial em seu combate contra Mahito.

Imortalidade: Consequência ou Experimento?

O consumo das Pinturas da Morte transformou fundamentalmente a fisiologia de Yuji, aproximando-o à natureza de um objeto amaldiçoado. Adicionalmente, as modificações provocadas por abrigar Sukuna contribuíram para este estado anormal, criando um ser que transcende os limites da mortalidade humana.

Esta condição especial fica evidente quando comparamos com outros personagens. Enquanto Yuta e Maki faleceram naturalmente com o passar das décadas, Itadori simplesmente permaneceu. Seu meio-irmão Choso, aos 150 anos, também mantinha aparência jovem, sugerindo que esta característica pode ser uma herança genética compartilhada pelos descendentes de Kenjaku.

A imortalidade de Yuji possivelmente está associada à sua natureza híbrida – metade humano, metade maldição – conferindo-lhe capacidades físicas aprimoradas antes mesmo de utilizar energia amaldiçoada. Consequentemente, sua expectativa de vida também parece ter sido ampliada, permitindo que permaneça fisicamente jovem mesmo em idade avançada.

Este aspecto abre perspectivas narrativas fascinantes, pois sua capacidade de viver por séculos possibilitaria uma continuação ambientada num futuro distante, com Itadori sendo o elo entre diferentes eras do universo de Jujutsu Kaisen.

Tabela de Comparação

Conclusão

Portanto, a natureza extraordinária de Yuji Itadori representa uma das mais fascinantes anomalias do universo Jujutsu Kaisen. Seu corpo, existindo entre uma forma de vida convencional e uma relíquia amaldiçoada, desafia as leis naturais do envelhecimento. Esta condição única resulta de uma combinação excepcional de fatores: sua linhagem genética ligada a Kenjaku, o consumo das Pinturas da Morte, e as transformações sofridas como recipiente de Sukuna.

A questão central permanece: esta longevidade representa uma maldição ou um dom? Por um lado, Yuji ganha tempo quase ilimitado para cumprir seu propósito de eliminar maldições. Entretanto, esta mesma característica o condena a testemunhar o falecimento de todos ao seu redor, como já ocorreu com Yuta Okkotsu e outros companheiros.

Além disso, sua condição híbrida entre humano e maldição coloca Itadori numa posição singular no universo da série. Enquanto outros personagens envelheceram e morreram naturalmente, ele permanece como um guardião através das eras, carregando consigo as memórias e traumas de batalhas passadas. Consequentemente, o protagonista se torna um elo vivo entre diferentes gerações de feiticeiros.

Sem dúvida, o destino final de Yuji permanece incerto. A promessa feita ao seu avô de "morrer cercado por entes queridos" parece cada vez mais distante, substituída pela possibilidade de uma existência prolongada e potencialmente solitária. Esta realidade transforma sua aparente imortalidade numa complexa bênção amaldiçoada.

Finalmente, a condição única de Itadori expande as possibilidades narrativas do universo Jujutsu Kaisen, abrindo caminho para histórias ambientadas em futuros distantes onde ele poderia ser o último remanescente da era atual. Assim, o protagonista não apenas desafia os limites da mortalidade dentro da história, mas também transcende as fronteiras convencionais da própria narrativa.